segunda-feira, 24 de junho de 2024

Festas Juninas: Posicionamento da Igreja Evangélica Luterana Missionária

festas juninas
Origem das Festas Juninas

As Festas Juninas são celebrações tradicionais no Brasil, realizadas anualmente no mês de junho, em homenagem a três santos populares: São João, Santo Antônio e São Pedro. Estas festividades têm raízes históricas e culturais profundas, que remontam às celebrações europeias trazidas pelos colonizadores portugueses. Originalmente, essas festas pagãs eram realizadas para marcar o solstício de verão na Europa, um período de agradecimento pelas colheitas e de renovação de esperanças.

Com a chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil, as festas foram adaptadas ao contexto local, integrando elementos das culturas indígenas e africanas. Essa miscigenação resultou em uma celebração única e ricamente diversificada, que rapidamente se enraizou na cultura brasileira. Ao longo dos séculos, as Festas Juninas evoluíram, incorporando tradições regionais e adquirindo uma identidade própria em diferentes partes do país.

O significado cultural e religioso das Festas Juninas é bastante expressivo. No aspecto religioso, as festas são uma forma de devoção aos santos juninos, com rituais que incluem missas e procissões. No aspecto cultural, as celebrações são marcadas por uma série de atividades típicas, como danças, fogueiras, quadrilhas e comidas típicas, que refletem a riqueza e a diversidade das tradições brasileiras.

Em suma, as Festas Juninas são uma celebração multifacetada, que combina elementos religiosos, culturais e históricos.

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Posição Doutrinária da Igreja Evangélica Luterana Missionária

A Igreja Evangélica Luterana Missionária (IELM) fundamenta-se em princípios teológicos e doutrinários que, muitas vezes, divergem das práticas de algumas das igrejas luteranas tradicionais. Um dos pilares centrais da IELM é a importância da adoração pura e santificada, tanto na celebração religiosa, quanto no viver diário de cada cristão, o qual deve estar alinhado estritamente com os ensinamentos bíblicos, onde JESUS é o Centro (Jo 14.6). Dentro dessa perspectiva, a igreja enfatiza a necessidade de manter uma distinção clara entre práticas culturais, práticas religiosas, e vida prática do crente, buscando sempre a fidelidade ao que expressa a Santa Palavra de Deus.

Para a IELM, a adoração deve ser conduzida de maneira reverente e solene, refletindo a santidade e a majestade de Deus. Isso implica que qualquer forma de celebração ou ritual que não esteja explicitamente respaldada pelas Escrituras deve ser vista com desconfiança. Festas Juninas, por exemplo, são eventos culturais profundamente enraizados no folclore brasileiro, com elementos que incluem algumas tradições que têm origens pagãs. A IELM considera que, ainda que tais práticas sejam realizadas no salão de festas da comunidade, elas estão em desacordo com o santo ensinamento que recomenda: "Portanto, meus amados, fugi da idolatria". (1 Co 10.14)

Além disso, a IELM enfatiza que todo o ambiente relacionado a paróquia/comunidade, deve servir para vivência prática da vida cristã, de modo coerente com o que a própria igreja ensina, visando o crescimento na fé. Para nós, a introdução de elementos culturais pagãos, ainda que fora das celebrações religiosas, pode diluir a profundidade e o significado de tudo o que a igreja ensina e prega. Em um contexto onde o zelo pela sã doutrina é primordial, qualquer atividade que possa ser vista como mundana/pagã deve ser evitada.

Outro aspecto relevante é a visão da IELM sobre a separação entre a vida secular e a vida religiosa. A igreja advoga que os membros das comunidades luteranas devam viver de maneira que suas ações reflitam sua fé em todos os aspectos da vida (Gl 2.20), mantendo-se separados de práticas que não contribuem para o crescimento espiritual. Desta forma, celebrações como as Festas Juninas, por serem majoritariamente eventos culturais, são vistas como incompatíveis com a vivência da fé que a IELM promove.

A Igreja Evangélica Luterana Missionária tem várias razões para discordar da realização de Festas

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Juninas em comunidades luteranas. Primeiramente, do ponto de vista teológico, há uma preocupação significativa com a mistura de elementos pagãos com a fé cristã. As Festas Juninas, originalmente celebrações pagãs de solstício de verão na Europa, foram cristianizadas com o tempo, mas ainda retêm muitos elementos que não são compatíveis com a doutrina luterana. A manutenção da pureza doutrinária é um dos pilares da Igreja Evangélica Luterana Missionária, e qualquer prática que possa diluir ou confundir os ensinamentos cristãos é vista com cautela.

Em termos culturais, a igreja também vê um risco na incorporação de tradições que podem ser interpretadas como sincréticas. A preocupação com a idolatria é central aqui. Embora muitos vejam as Festas Juninas como uma celebração cultural inofensiva, a Igreja Evangélica Luterana Missionária enfatiza a importância de evitar qualquer prática que possa ser interpretada como adoração ou veneração de figuras que não sejam Deus. Este ponto é reforçado por passagens bíblicas que condenam a idolatria e exortam os fiéis a manterem sua fé pura e livre de influências externas.

Além do mais, muito antes de qualquer polêmica, a Palavra de Deus é direta em certos versículos que trazem advertências claras contra a participação em festividades que não estão centradas em Cristo. Como dito anteriormente, em 1 Coríntios 10:14, Paulo aconselha os cristãos a "fugir da idolatria", uma instrução que a igreja leva muito a sério. A preocupação é que a participação em Festas Juninas possa levar a uma forma de idolatria cultural, onde tradições e costumes começam a ocupar um lugar de importância que deveria ser exclusivamente de Deus. Este entendimento é sustentado por uma leitura rigorosa das Escrituras, que a igreja utiliza para guiar suas práticas e ensinamentos.

Portanto, as razões para a discordância da Igreja Evangélica Luterana Missionária com as Festas Juninas são enraizadas em uma combinação de preocupações teológicas, culturais e práticas. A igreja busca preservar a pureza de sua doutrina, evitar qualquer forma de idolatria e permanecer firme no santo ensinamento.


Impacto e Reação da Comunidade Luterana

A controvérsia em torno das festas juninas nas igrejas luteranas, especialmente à luz da posição da Igreja Evangélica Luterana Missionária (IELM), tem gerado uma série de repercussões dentro da comunidade luterana e na sociedade em geral. A decisão da IELM de se posicionar contra a celebração dessas festividades é vista por muitas outras igrejas luteranas como uma abordagem rígida e inflexível. Este posicionamento tem desencadeado debates intensos e, em alguns casos, conflitos dentro da própria comunidade luterana.

Outras denominações luteranas têm respondido de formas variadas. Algumas igrejas defendem a integração das festas juninas como uma forma de reafirmar a identidade cultural brasileira e fortalecer a conexão com a comunidade local. Esses grupos argumentam que as festas juninas podem ser celebradas de maneira que respeite os princípios cristãos, sem perder de vista a tradição cultural. Por outro lado, há líderes religiosos que apoiam a posição da IELM, insistindo que as festas juninas têm origens pagãs que não são compatíveis com a doutrina luterana.

Para alguns, a postura da IELM é vista como uma tentativa de preservar a pureza da fé, mas para outros, é percebida como uma desconexão com a cultura e tradições locais.

Portanto, a posição da IELM sobre as festas juninas não apenas provoca debates teológicos, mas também desafia a maneira como a Igreja Luterana se relaciona com a cultura brasileira, afetando sua imagem tanto internamente quanto aos olhos do público em geral.

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Revdo. Ari Fialho Júnior
Igreja Evangélica Luterana Missionária
Gravataí/RS

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