Apocalipse 22:14–15
“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras, para que tenham direito à árvore da vida e entrem na cidade pelas portas. Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira.”
Aplicação
Lei
O texto não permite evasivas nem espiritualizações vazias. A Palavra de Deus traça uma linha clara: há os que entram e os que ficam de fora. A lista do versículo 15 não é meramente descritiva; é acusatória. Ela revela o coração humano caído. Diante da santa Lei de Deus, todos somos desmascarados como impuros, mentirosos e idólatras. Não há espaço para relativizar o pecado, nem para suavizar o juízo. Quem ama e pratica a mentira — seja em atos escandalosos ou em respeitáveis autoenganos religiosos — permanece fora. A Lei não negocia, não consola e não salva; ela mata, cala e condena.
Evangelho
Mas o versículo 14 começa com uma bem-aventurança. “Lavam as suas vestiduras.” A pergunta decisiva é: onde? A própria Escritura responde: no sangue do Cordeiro (Ap 7.14). Aqui está o coração do Evangelho, monergístico e cristocêntrico. Não somos nós que purificamos nossas obras para merecer entrada; é Cristo quem, pela cruz, lava pecadores reais. A Teologia da Cruz nos impede de procurar Deus na glória do nosso desempenho moral ou espiritual. Deus se revela onde a razão tropeça: no Cristo crucificado, que toma sobre si a condenação da Lei e concede, gratuitamente, o direito à árvore da vida.
Exortação
Este texto não conforta o velho Adão; ele o mata. E justamente por isso consola o pecador arrependido. Fora da cruz, resta apenas exclusão e juízo. Em Cristo, há perdão, vida e acesso à cidade santa. Não ame o pecado que Cristo veio condenar em sua carne. Não confie em si mesmo para entrar pelas portas. Corra para o Cordeiro. Lave-se nele. Somente assim a bem-aventurança é sua — não por mérito, mas por graça, somente por Cristo.
Que o Espírito Santo de Deus, mediate Sua Palavra, nos fortaleça nessa jornada "até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem-ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor". (Ef. 4.13-16)
"Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor". (Rm 6.23)
