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quinta-feira, 18 de julho de 2024

Videira verdadeira - Breve Estudo de João 1-11-14

Videira verdadeira
Contexto do Evangelho de João

Videira verdadeira - O Evangelho de João, um dos quatro evangelhos canônicos do Novo Testamento, foi composto em um período crítico da história do cristianismo. Estima-se que tenha sido escrito entre os anos 85 e 95 d.C., em um contexto onde o judaísmo e o cristianismo nascente coexistiam e, por vezes, entravam em conflito. Este evangelho é atribuído ao apóstolo João, embora a identidade exata do autor ainda seja debatida entre os estudiosos. João, um dos discípulos mais próximos de Jesus, teria escrito seu evangelho com o objetivo de fortalecer a fé dos cristãos e apresentar Jesus como o Filho de Deus.

O público-alvo do Evangelho de João era composto principalmente por cristãos helenísticos, ou seja, adeptos do cristianismo que viviam em um ambiente cultural grego. Isso se reflete no estilo e na linguagem do texto, que são mais filosóficos e teológicos em comparação com os outros evangelhos. A influência da filosofia grega é notável, especialmente na forma como João apresenta conceitos como o "Logos" (Verbo), que ressoa tanto com o pensamento judaico quanto com o grego.

Impacto Significativo

A situação política e religiosa da época também teve um impacto significativo na composição do evangelho. O Império Romano dominava a região, impondo sua cultura e religião, mas permitindo certa liberdade religiosa para os judeus. No entanto, após a destruição do Templo de Jerusalém em 70 d.C., as tensões entre judeus e cristãos aumentaram. O cristianismo, que inicialmente era visto como uma seita judaica, começou a se distanciar mais claramente do judaísmo, buscando uma identidade própria.

Videira verdadeira - Neste contexto, o Evangelho de João serve como um documento crucial para entender essa transição. O autor enfatiza a divindade de Jesus e sua missão salvadora, aspectos que eram fundamentais para a consolidação da fé cristã em um mundo dominado pela diversidade religiosa e cultural. A influência do Império Romano, com sua infraestrutura e relativa paz (Pax Romana), também facilitou a disseminação das ideias cristãs, permitindo que o evangelho alcançasse um público mais amplo.

Análise dos Versículos João 1:11-12 
Videira verdadeira

No Evangelho de João, os versículos 11 e 12 do primeiro capítulo apresentam um contraste profundo entre a rejeição e a aceitação de Jesus. O versículo 11 destaca a rejeição de Jesus pelo próprio povo: "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam." Este versículo sublinha a ideia de que Jesus, o Verbo encarnado, veio ao mundo e, especificamente, ao povo de Israel. No entanto, a rejeição de Jesus por aqueles a quem Ele veio inicialmente é um tema recorrente nos Evangelhos. Essa rejeição não foi apenas um desapontamento pessoal, mas tem um significado teológico profundo. A rejeição de Jesus também cumpre as profecias do Antigo Testamento sobre o Messias, que seria rejeitado e desprezado (Isaías 53:3).

Em contraste, o versículo 12 oferece uma promessa transformadora: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome." Este versículo estabelece que a vinda de Jesus não está limitada a um grupo específico de pessoas, mas para toda humanidade. Crer em Jesus como Senhor e Salvador é a própria essência da fé, um tema central no Evangelho de João. Esta fé não é meramente intelectual, mas obra do Espírito Santo na vida do indivíduo, e envolve uma entrega total e confiança em Jesus como o Filho de Deus e Salvador. O resultado dessa obra de Deus nas nossas vidas é a adoção como filhos de Deus, um conceito que traz consigo uma nova identidade e uma transformação radical.

Os versículos 11 e 12, portanto, apresentam um contraste crucial: a rejeição de Jesus resulta em perda, enquanto a ser salvo por Ele resulta em uma nova vida como filhos de Deus. Este contraste não só enfatiza a importância da fé em Jesus, mas também revela o maravilhoso propósito do Evangelho, que oferece a salvação a todos que por obra do Espírito Santo de Deus, agora creem em Jesus como único e suficiente Salvador. A teologia de João aqui nos convida a refletir sobre nossa própria vida com Cristo e em Cristo.

Videira verdadeira
Videira verdadeira - Significado Teológico de João 1:13

O versículo 13 do primeiro capítulo do Evangelho de João apresenta uma profunda reflexão sobre o conceito de nascimento espiritual dos filhos de Deus. Ao afirmar que esses filhos "não nascidos do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus", o texto diferencia claramente entre o nascimento físico e o nascimento espiritual. Este último é um tema central nas doutrinas cristãs de regeneração e salvação.

O nascimento espiritual, conforme descrito em João 1:13, é uma transformação interna que não depende de fatores biológicos ou humanos. A expressão "não nascidos do sangue" implica que a linhagem natural ou herança genética não conferem automaticamente o status de filho de Deus. Isso é uma ruptura com a ideia de que a descendência física, como a do povo de Israel, é suficiente para a inclusão na família de Deus, ou seja, filho de crente não nasce salvo!

Além disso, o versículo enfatiza que esse nascimento não ocorre "da vontade da carne", indicando que desejos ou esforços humanos não podem gerar essa nova vida espiritual. A vontade da carne pode ser entendida como os impulsos e desejos naturais do ser humano, que são inadequados para alcançar a regeneração espiritual.

Obra de Deus, não do homem 
Videira verdadeira

Finalmente, a frase "nem da vontade do homem" reforça que a iniciativa humana, por mais nobre e bem-intencionada que seja, não pode produzir o nascimento espiritual. Este é um ato que depende exclusivamente da ação divina. A regeneração espiritual é, portanto, um ato soberano de Deus, que concede nova vida àqueles que creem em Jesus Cristo.

À luz das doutrinas cristãs, o novo nascimento é essencial para a salvação. Ele marca o início de uma nova vida em Cristo, caracterizada pela transformação do coração e da mente. Esse processo, conhecido como regeneração, é obra do Espírito Santo, que renova e santifica o crente, permitindo-lhe viver de acordo com a vontade de Deus. João 1:13, portanto, sublinha a natureza sobrenatural do nascimento espiritual e a total dependência do poder e da graça de Deus para a salvação.

Videira verdadeira - O Verbo se fez carne - João 1:14

O versículo 14 do primeiro capítulo do Evangelho de João marca um ponto crucial na teologia cristã: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai." Esta declaração sobre a encarnação do Verbo (Logos) é fundamental para a cristologia, pois afirma a divindade de Jesus Cristo e sua manifestação em forma humana.

O conceito de "o Verbo se fez carne" sublinha que Jesus, a Videira verdadeira, o Verbo eterno de Deus, assumiu a natureza humana para viver entre nós. Este ato de encarnação é vital, pois demonstra a proximidade de Deus com a humanidade, oferecendo um modelo perfeito de vida e revelando a plenitude da Sua glória e graça. A encarnação do Verbo é, portanto, uma expressão tangível da graça divina e uma revelação do caráter de Deus.

Videira verdadeira
Doutrina Central

Teologicamente, a encarnação é uma doutrina central que sustenta muitas outras crenças cristãs. Ela é a base para a doutrina da salvação, pois somente um Deus encarnado poderia oferecer um sacrifício perfeito pelos pecados da humanidade. Além disso, o nascimento de Jesus Cristo, é um testemunho do amor de Deus, que escolheu se tornar vulnerável e sofrer para pagar a pena pelos pecados da humanidade. Além disso, a presença de Jesus na terra, vivendo e interagindo com as pessoas, também fornece um exemplo prático de como viver uma vida que agrada a Deus.

Videira verdadeira - O impacto dessa doutrina na vida dos crentes é profundo. A encarnação do Verbo nos mostra o infinito amor de Deus para conosco, que em Sua plenitude se humilhou a nascer de uma virgem. Além disso, inspira os crentes a viver com um senso de missão e propósito, sendo imitadores de Cristo (1 Co 11.1).

"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna". 

Revdo. Ari Fialho Júnior
Igreja Evangélica Luterana Missionária
Gravataí/RS

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