sexta-feira, 3 de maio de 2013

Pergunta feita por leitor do Blog ao Rev. Ari sobre Tribulação e Milênio, e qual a diferença entre Luteranismo e Arminianismo. Acompanhe a resposta:


Leitor em Dúvida
 Graça e paz Reverendo Ari, gostaria que me respondesse as questões abaixo:
 
A. Haverá a grande tribulação e nela os cristãos serão perseguidos, torturados e mortos pelo anticristo e seus seguidores, ou os cristãos serão arrebatados antes disso ou protegidos por Deus de forma milagrosa?
 
B. Qual as diferenças entre a Teologia Luterana e a Teologia Arminiana?
 
 
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Rev. Ari Fialho Júnior
 
Olá Leitor em Dúvida,
 
Paz e Graça em Cristo Jesus, Senhor e Salvador de todo aquele que nEle crê!
Obrigado por sua participação em nosso blog.
 
É sempre uma satisfação poder servir a Deus, seja pregando o Evangelho Eterno a toda a criatura, ou simplesmente respondendo perguntas pertinentes ao Reino de Deus.
 
As perguntas que você fez são de cunho doutrinário. Vale lembrar que existem várias vertentes doutrinárias que discorrem sobre o mesmo tema, porém com interpretações diferentes. As respostas que trarei a você não expressam apenas o ensinamento Luterano, mas também aquilo em que eu pessoalmente creio ser a correta exposição das Sagradas Escrituras sobre o assunto em questão. Portanto, ao ler minhas respostas lembre-se que estou respondendo não somente como Teólogo Luterano, mas também como cristão verdadeiro que está convicto de que aquilo que aprendeu está em total concordância com a Santa Palavra de Deus. (a Ele toda a Honra e Toda a Glória!).

Procurarei ser sucinto nas respostas, mas por tratar-se de um assunto extremamente amplo temo ter que me estender um pouco.
        Não há livro mais esclarecedor do que a Santa e Imutável Palavra de Deus, a Bíblia. Entretanto, apenas para facilitar o entendimento, em alguns pontos transcreverei trechos dos livros explicativos sobre doutrinas bíblicas. Tais livros são oficialmente reconhecidos por nossa denominação como a correta exposição das Sagradas Escrituras. Ao final das citações colocarei as fontes.

Vamos ao que interessa:
 
Leitor
Sua primeira pergunta:

A. Haverá a grande tribulação e nela os cristãos serão perseguidos, torturados e mortos pelo anticristo e seus seguidores ou os cristãos serão arrebatados antes disso ou protegidos por deus de forma milagrosa?





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Rev. Ari
O propósito inicial e final da Palavra de Deus é nos ensinar sobre o amor do Senhor por nós, e apresentar seu plano de Salvação para a humanidade, que na pessoa do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, se consolidou na morte de Cruz e ressurreição do Senhor. E para completar nossa alegria, constatamos claramente que todo o verdadeiro ensino bíblico também nos serve para Exortação, Consolo, e Edificação. Assim sendo, qualquer ensino que pretenda ter o status de Ensino Bíblico, deve inevitavelmente exortar, consolar e edificar, mas acima de tudo deve ser claro, coerente, e estar em completa conformidade com as Sagradas Escrituras. 

Resposta direta a sua pergunta: Não haverá a suposta Grande Tribulação, e também não haverá o suposto Milênio, simples assim.

Por que? Porque doutrinas relativamente novas como Milenismo (quiliasmo), e Tribulacionismo, são doutrinas que não oferecem consolo, antes o contrário, servem apenas para penalizar ainda mais as almas angustiadas e inseguras. Tais doutrinas não servem a Deus e para piorar provocam dúvidas nos irmãos mais fracos na fé. Sabemos bem quem é o verdadeiro autor destas doutrinas.

O que está em questão aqui é o Poder de Deus. A Obra Redentora de Cristo. A segunda vinda do Salvador.

A triste verdade é que por conta da soberba, o ser humano, do "alto" de toda a sua "sabedoria", não pode simplesmente aceitar a Palavra de Deus como Ela é. Não consegue acreditar na simplicidade do plano da Salvação Eterna. Não, para o homem é necessário mais do que a morte e ressurreição do Senhor Jesus, é necessário que ele mesmo, o próprio homem faça a sua parte, promova sua própria salvação. Mas como cura d'almas eu afirmo, isto não passa de presunção e tremenda arrogância da parte do ser humano, que não satisfeito por não poder se "auto salvar", decidiu então criar algumas pseudo doutrinas bíblicas e colocar alguns "degraus" na redenção da humanidade, de modo que agora todos terão uma pequena participação na obra da salvação, nem que seja o mérito de ter sofrido por amor do Senhor. É triste isto, mas arderão no fogo do inferno todos os que permanecerem neste pensamento.

Na explicação abaixo você verá que nem mesmo entre os que ensinam sobre Tribulação há consenso. Antes o contrário, há divisões e contendas entre eles por causa do que eles afirmam ser doutrinas bíblicas.


Tribulacionismo:


Os teólogos que crêem e ensinam sobre o tema se dividem em três diferentes correntes:


1) Pré-Tribulacionistas: Os defensores desta doutrina acreditam que a igreja não passará pela tribulação, pois será arrebatada antes que ela se inicie(Ap.3:10; Rm.5:9; ITs.1:10;5:9)


2) Tribulacionistas: Os defensores desta opinião acreditam que a igreja vai passar pela primeira metade da tribulação, e será arrebatada no meio dos dois períodos de três anos e meio cada. Seus defensores citam At.14:22 para fundamentar esta opinião.


3) Pós-Tribulacionistas: Estes acreditam que a igreja passará por todo o período da tribulação, e será arrebatada apenas após a tribulação, por ocasião da segunda vinda de Cristo. Eles não distinguem a segunda vinda em duas fases.
Os três tipos de defensores da tribulação concordam e discordam entre si no que diz respeito a salvação neste período, visto que segundo seus ensinamentos o Espírito Santo já terá se retirado da terra. Por conta disto uns afirmam que haverá salvação e que esta se dará pelo esforço de cada um (boas obras - esqueceram de Ef 2.8-9)..., outros afirmam que será por fé e graça (como assim? Mesmo sem o Espirito Santo presente?), enfim, estes erros e confusões ocorrem justamente porque tais doutrinas NÃO SÃO VERDADEIRAMENTE bíblicas.

Para muitos a tribulação toma sentido quando analisado a luz da outra suposta doutrina bíblica chamada Milenismo, pois alguns dos seguidores destas duas doutrinas crêem que logo após a suposta grande tribulação acontecerá o suposto Milênio.

Estranhamente também aqui há três tipos de correntes doutrinárias que de um jeito ou de outro aceitam ou rejeitam o Milênio, e ao mesmo tempo discordam entre si:
 
1) Amilenistas:
 
2) Pré-Milenistas:
 
3) Prós-Milenistas:
 
Assim como os Tribulacionistas, os Milenistas passam longe da realidade bíblica. Perdidos em seus infindos debates esquecem que o Senhor nos chamou para pregar as boas novas, para levar a Salvação, para apresentar Jesus Cristo como nosso verdadeiro Salvador.

Mas o que a Bíblia diz sobre isto?

    "A Bíblia não ensina o quiliasmo (milênio). - Os textos veterotestamentários citados a favor do milênio são mal entendidos e mal aplicados. Não falam nem de um reino visível de Cristo na terra, nem de um crescimento exterior e condição florescente da igreja, senão que descrevem, em linguagem figurada, a natureza e condição espirituais da igreja neotestamentária. O que lemos em Isaías 2.2,3, se cumpriu e está sendo continuamente cumprido quando pessoas vêm a Cristo, como aprendemos em Hebreus 12. 22. A paz de que fala Isaías (Isaías 2.4; 9.4,5; 11.6-9) veio ao mundo quando nasceu o menino Jesus (Isaías 9.6; Lucas 2.14), e continua sendo proclamada no evangelho da paz (Efésios 6.15), e é dada a quantos creem em Jesus (João 16.33). A referência em Joel 3.1 e seguintes cumpriu-se em Atos 2.16, e Amós 9.11,12 está sendo cumprido pela entrada dos gentios na igreja (Atos 15.13 e seguintes)  


    Embora não haja tal coisa como o milênio, é necessário discutir a questão, porque há muitos que esperam um milênio. Diz a Igreja Luterana na Confissão de Augsburgo: "Também condenam outros, que agora estão difundindo certas opiniões judaicas, que antes da ressurreição dos mortos os justos tomarão posse do reino do mundo, sendo os ímpios eliminados em toda a parte" (Art. XVII, 5). Nessas palavras a Igreja Luterana rejeita o quiliasmo, segundo o qual antes da vinda de Cristo para o juízo, o Senhor estabelecerá um reino milenar na terra. Os quiliastas, todavia, não estão de acordo entre si quanto ao caráter geral e quanto a numerosos pormenores desse reino. De um modo geral, podemos dividi-los em Pré-Milenistas e Pós-Milenistas (Cf. Concordía Cyclopedia, verbete "Millennium", páginas 471-474).

 
Amilenistas: Os que defendem esta posição não creem na literalidade do reino milenial. Para eles o milênio é uma realidade puramente espiritual, que se estende do primeiro advento ao segundo advento de Cristo, período este que já se completou quase 2.000 anos, e que culminará na grande tribulação para restauração da igreja e o progresso do testemunho do evangelho.
 
 
Pós-Milenistas: Sustentam que efetivamente haverá um milênio, mas que Cristo voltará visivelmente não antes, mas depois do milênio. Crêem que por mil anos, ou por um período de tempo indefinido, a igreja estará em posição florescente e dominadora. Através de agências cristãs o evangelho gradativamente permeará o mundo inteiro, tornando-se mais eficaz do que atualmente na vida social, comercial, política e internacionalmente. Todo o Israel será convertido e grande número de pessoas entrará na igreja. Depois desse período de aceitação universal do evangelho, haverá apostasia da fé, e as forças do mal tentarão destruir a cidade amada. Mas não terão êxito, pois repentinamente virá o Senhor, para julgar os vivos e os mortos.
O texto de Apocalipse 20 é geralmente considerado como sendo a prova principal a favor do milênio. Todavia, também esse capítulo está cheio de linguagem figurada, conforme mostra claramente o primeiro versículo. Não existe a mais leve indicação de que os mártires e santos reinarão com Cristo na terra por mil anos (v. 4), pois suas almas reinam com Cristo, e essas almas estão no céu. E tal reinar no céu é prometido ao cristão (2 Timóteo 2.12; Apocalipse 22.5). Os "mil anos" designam um longo período em contraste com "pouco tempo" (v. 3). A prisão de Satanás (v. 2) denota o período da dispensação neotestamentária. Com sua morte Cristo virtualmente libertou  a todos os homens do poder do diabo (Hebreus 2.14,15). Essa libertação é proclamada no evangelho (Atos 26.18), e se torna real para o indivíduo no momento em que crê (Colossenses 1,13,14). A primeira ressurreição é a ressurreição espiritual, quando a pessoa chega à fé (Efésios 2.5,6). O próprio Cristo distingue essa ressurreição (João 5.25) da ressurreição física (João 5.28,29). O "pouco tempo" durante o qual Satanás será solto (Apocalipse 20.3,7-9) refere-se aos tempos perigosos que precedem imediatamente a vinda de Cristo para o juízo (2 Timóteo 3.1-5; Mateus 24). A batalha de Satanás, Gogue e Magogue  contra a cidade querida (Apocalipse 20.8,9) não é batalha física, com todos os petrechos mortíferos da guerra moderna, mas é batalha de natureza espiritual, e consiste nisso: Satanás porá em ordem todas as suas forças, fora e dentro da igreja visível, para atacar e corromper as doutrinas do evangelho, e assim destruir no coração dos homens aquela fé pela qual, unicamente, são e permanecem cidadãos do reino da graça de Cristo e herdeiros da salvação. O que lemos em Apocalipse 20.8 é o mesmo que lemos em Mateus 24.5,24.
 
É verdade que "todo Israel será salvo" (Romanos 11. 26). Mas "todo Israel", nesse verso, é usado no mesmo sentido em que a expressão "plenitude dos gentios" é usada no verso precedente. Assim como nem todo gentio será salvo, tão pouco se salvará todo aquele que é israelita segundo a carne. Mas o número total dos eleitos de Israel será salvo, da mesma forma como será salva a totalidade dos eleitos de entre os gentios. Assim como todos os gentios que serão salvos constituem a "plenitude dos gentios", assim todos os israelitas que serão salvos constituem "todo o Israel" de Deus. Enquanto e até quando Deus junta seus eleitos de entre os gentios, também juntará seus eleitos de entre os judeus. Em Romanos 9.6-12 Paulo ensina claramente que nem todos os que são israelitas segundo a carne também são o Israel que Deus reconhece como seu Israel. Filhos de Abraão são apenas os da fé que Abraão teve (Gálatas 3.7). Apenas esses constituem "todo o Israel" que será salvo.

 
Pré-Milenistas: Falam em uma tríplice vinda visível de Cristo. A Bíblia só conhece duas vindas (Hebreus 9. 28). Ensinam uma primeira e segunda ressurreição física. Cristo nos diz que ressuscitará os crentes no dia derradeiro (João 6.40), e que bons e maus serão ressuscitados simultaneamente (João 5.28,29). Desviam a esperança e a expectativa dos cristãos para um reino terrenal durante o milênio. A Bíblia nos ensina que esperemos o reino dos céus (Atos 14.22; Mateus 5.12; Filipenses 3.20,21). Textos como Mateus 24, 2 Tessalonicenses 2 e 2 Timóteo 3.1-5 improvam o ensino dos Pós-Milenistas. O quiliasmo em todas as suas formas não tem fundamento nas Escrituras e está cheio de graves perigos para os cristãos.


 "Os pré-milenistas ensinam que Cristo virá visivelmente a essa terra antes do milênio e no início dele. Nesta ocasião os santos ressuscitarão (a primeira ressurreição) e reinarão com Cristo na terra durante mil anos. Durante esse tempo Satanás estará acorrentado, a iniqüidade será reprimida, e a justiça e a paz prevalecerão na terra. Todo o Israel e muitos outros se tornarão para o Senhor. Passados os mil anos, Satanás será solto por um pouco de tempo e fará guerra furiosa contra o acampamento dos santos. Mas logo aparecerá o Senhor para julgar o mundo. Então ressuscitarão os outros mortos (a segunda ressurreição), e Satanás, seus anjos e todos os ímpios serão lançados no lago de fogo e enxofre. A terra será renovada e se tornará o lar dos remidos".  


(Sumário da Doutrina Cristã - páginas 281 a 283 - Editora Concórdia 1981 - 2ª ed. Koehler)


Diante de tudo o que expus acima é desnecessário dizer que não somente eu, mas o Luteranismo verdadeiro inteiro rejeita completamente tanto o Tribulacionismo, quanto o Milenismo, além de todas as possiveis doutrinas decorrentes destas. Estas pseudo doutrinas bíblicas nada fazem senão gerar grande confusão em meio a cristandade. Negam a verdadeira interpretação bíblica e atropelam de todo a Obra do Senhor Jesus (a Ele toda a Honra e toda a Glória).  
 


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 Leitor

Sua segunda pergunta:

B. Qual as diferenças entre a teologia Luterana e a teologia Arminiana?
 





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 Rev. Ari


Aqui também para facilitar a leitura dividirei a resposta em várias partes. Veja abaixo os cinco pontos principais do Arminianismo e compare com a Teologia Luterana, que em forma resumida estará exposta logo após cada ponto abordado:
 




1.       VONTADE LIVRE:

O primeiro ponto do Arminianismo sustenta que o homem, mesmo após a queda é dotado de vontade livre de tal modo que ainda que na qualidade de homem natural, espiritualmente morto, possa decidir-se por conta própria se quer ou não optar pela salvação eterna.
 
Teologia Luterana: Rejeitamos este ensino Arminiano. Cremos, Ensinamos e Confessamos que no paraíso o homem foi dotado de vontade livre, mas após a queda esta liberdade perdeu-se juntamente com a perda da “Imago Dei”.  Com a queda o homem não só deixou de ser imagem e semelhança de Deus, como passou a ser imagem do pecado, escravo de Satanás. Com isto perdeu o atributo chamado “Livre Arbítrio”. Nossa doutrina é que o entendimento e a razão do homem são cegos em coisas espirituais, e nada entende ele com suas próprias forças, como está escrito: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las”. Sendo assim, como poderia alguém morto em seus delitos e pecados, decidir-se por algo espiritual como a Salvação Eterna, visto que o homem natural sequer é capaz de entender tais questões?
 
Arminius acreditava que a queda do homem não foi total, e sustentou que no homem, restou "bem" suficientemente capaz de habilitá-lo a querer aceitar Cristo como Salvador. Evidentemente isto não é verdade. Este erro arminianista faz parte da controvérsia Flaciana (1560 – 1575).
 
Teologia Luterana: Rejeitamos este ensino Arminiano. Cremos, Ensinamos e Confessamos que o pecado original é pecado que herdamos de adão, isto é, a completa corrupção de toda a natureza humana, agora privada da justiça original, inclinada para todo o mal e sujeita à condenação. (cf. Sl 51.5; Rm 7.14,18,23; Rm 3,23; Sl 143,2; Gn 8,21; Rm 8,7; Jr 2,22; Ef 2,3; Jo 3,5).
                               
Não somente os assumidamente Arminianos, mas muitos outros grupos negam essa corrupção total: Os Pelagianos, os Católicos, os Metodistas, os Adventistas, a Ciência Cristã, os Mórmons, os Pentecostais, e todos os entusiastas em geral.
 
 
2.       ELEIÇÃO CONDICIONAL
 
Arminius ensinava também que a eleição estava baseada no Pré-conhecimento de Deus em relação àquele que deve crer. Em outras palavras, o ato de fé, por parte do homem, é a condição para ele ser eleito para a vida eterna, uma vez que Deus previu que ele exerceria livremente sua vontade, num ato de volição positiva para com Cristo.
 
Teologia Luterana: Rejeitamos este ensino Arminiano. Cremos, Ensinamos e Confessamos que sendo a fé no Salvador Jesus algo espiritual, torna-se impossível ao homem produzi-la por sua própria vontade e força, pois como dito anteriormente o homem está morto em seus delitos e pecados (Ef. 2,5; Ico 2.6-10,14;), e de modo algum pode entender as coisas do Espírito de Deus.
 
Não existe algo como “fé pré-existente”. Se Deus salvasse o homem tendo como causa algo pré-existente na humanidade, então a salvação já não seria pela graça, mas por mérito de cada individuo. O máximo que conseguimos por esforço e vontade é adquirir conhecimento intelectual sobre Deus, tal conhecimento, porém em nada nos serve para efeito de salvação. É mister lembrar que Fé verdadeira outra coisa não é senão a operação autentica do Espírito Santo em nossas vidas.

 
3.       EXPIAÇÃO UNIVERSAL
 
Arminius e seus seguidores sustentam que a redenção é geral. Em outras palavras: A morte de Cristo oferece a Deus base para salvar a todos os homens. Contudo, cada homem deve exercer sua livre vontade para aceitar a Cristo.
 
Teologia Luterana: Rejeitamos este ensino Arminiano. Cremos, Ensinamos e Confessamos que embora acertadamente se ensine que Jesus morreu por toda a humanidade e quer seriamente que todos sejam salvos, nossa justiça perante Deus consiste no fato de que Deus nos perdoa os pecados por mera Graça, sem qualquer obra, mérito, decisão própria, ou dignidade nossa precedente, presente ou consequente, nos dá de presente e imputa a justiça da obediência de Cristo, justiça em razão da qual somos aceitos por Deus na graça e considerados justo.
 
“Não somente os Arminianistas, mas todos os Pelagianistas e Semi-Pelagianistas munidos de suas várias formas de sinergismos erroneamente crêem que o homem natural pode, com suas próprias forças, voltar-se do pecado ao Salvador, crer nEle e assim ser salvo; ou que pode, em alguma medida, cooperar com o Espírito Santo em sua conversão. Admitem que a redenção se efetuou sem a cooperação do homem, mas insistem que o homem deve contribuir com algo de positivo, por menos que seja, para sua conversão, e que, a menos que faça isto, não pode ser convertido. O sinergismo é doutrina falsa. Resulta de tentativas no sentido de explicar porque alguns são convertidos e outros não. Veremos que conquanto o homem possa ser convertido, nada pode fazer a favor de sua conversão”.  (Sumário da Doutrina Cristã – Koehler – Pág. 121)


4.       A GRAÇA PODE SER IMPEDIDA
 
Os Arminianos corretamente crêem que Deus quer que todos os homens sejam salvos, e que Ele envia seu Santo Espírito para atrair todos os homens a Cristo. Contudo, segundo eles, desde que o homem goza de vontade livre absoluta, ele pode resistir à vontade de Deus em relação a sua própria vida. Vale lembrar que os Arminianos sustentam que, primeiro, o homem exerce sua própria vontade e só depois nasce de novo. E que, ainda que creia que Deus é onipotente, insistem em que a vontade de Deus, em salvar a todos os homens, pode ser frustrada pela finita vontade do homem como indivíduo.
 
Teologia Luterana: Rejeitamos este ensino Arminiano. Cremos, Ensinamos e Confessamos que realmente Deus deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (I Tm 2.4). Deus enviou seu filho ao mundo para que o salvasse (Jo 3,17). Deus não nos destinou para ira, mas para salvação (I Ts 5,9). Porém, Deus é Onipotente e sua vontade não pode em hipótese alguma ser frustrada. A graça de Deus é irresistível. Assim sendo, o homem natural não só não conhece o Deus da graça, como lhe é impossível decidir-se por segui-lo. O que torna inútil a especulação sobre se o homem em seu estado natural pode simplesmente resistir, ou rejeitar a graça salvadora.
 

5.       O HOMEM PODE CAIR DA GRAÇA
 
O quinto ponto do Arminianismo é a consequência lógica das precedentes posições de seu sistema. O homem não pode continuar na salvação, a menos que continue a querer ser salvo.
 
Teologia Luterana: Rejeitamos este ensino Arminiano. Cremos, Ensinamos e Confessamos que o homem após a conversão se mantém na salvação por Obra e Graça de Deus, que na pessoa do Espírito Santo nos acolhe, consola e nos preserva na fé verdadeira. De modo que mesmo na manutenção da Graça não há qualquer participação humana, ou mérito que o habilite a permanecer na condição de salvo.
 
Com isto surge a pergunta: Então uma vez salvo, sempre salvo, não importa o que faça?
 
Resposta: A única maneira de alguém perder a salvação é se após convertido apostatar da fé, como nos mostra claramente o texto bíblico: Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;" (I Tm 4,1).
 
Resumindo: Deus quer salvar a todos. O evangelho oferece a redenção em Cristo a todos. Quem é salvo é salvo unicamente pela graça de Deus.  Quem se perde se perde por culpa própria. (Cremos por isto também falamos - pg. 54 - Otto O. Goerl - Fórmula de Concórdia)


 
Rev. Ari 
Eis ai minhas respostas às suas perguntas amigo Leitor em Dúvida. Está o mais resumido possível, mas, como eu disse antes, por tratar-se de um tema tão amplo e tão profundo, mesmo um resumo acaba se estendendo.
 
Espero ter esclarecido suas dúvidas. Fique a vontade para questionar, concordar, discordar... Enfim, estou à disposição para maiores esclarecimentos.
 
Fique na doce Paz do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Ele que vive e reina juntamente com o Pai e o Espírito Santo. Amém!


Rev. Ari Fialho Júnior.
Igreja Ev. Luterana Missionária
Soli Deo Gloria!
 
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Fontes: Bíblia Sagrada - Almeida revista e atualizada.
Cf. Concordía Cyclopedia, verbete "Millennium", páginas 471-474.
Sumário da Doutrina Cristã – Koehler – Pág. 121- Editora Concórdia 1981 - 2ª ed. Koehler
Sumário da Doutrina Cristã - páginas 281 a 283 - Editora Concórdia 1981 - 2ª ed. Koehler
Cremos por isto também Falamos - pg. 54 - Otto O. Goerl - Fórmula de Concórdia
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