quinta-feira, 28 de março de 2013

Quinta-Feira Santa - Endoenças

Olá amados
Paz e Graça em Cristo Jesus, o ressuscitado!


Leituras sugeridas p/ hoje:
 
Salmo 116.12-19
Jeremias 31.31-34
Hebreus 10.15-25
Lucas 22.7-20



Hoje é Quinta-feira Santa, denominada Endoenças, dia em que o Senhor Jesus instituiu o Santo Sacramento do Altar, também conhecido como Santa Ceia, ou Santa Eucaristia.

De amanhã até domingo celebraremos mais uma vez o momento em que Jesus humildemente morreu em nosso lugar. Porém, este mesmo Jesus que morreu como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, ressuscitou e foi glorificado. Em sua 2ª vinda virá não mais como Cordeiro, mas com poder e grande glória, não mais para morrer pelos nossos pecados, mas para enviar os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus. (cf Mt 24:31)

A Semana Santa está chegando ao final, mas a oportunidade que o Senhor nos dá de nos achegarmos a Ele permanece até o dia da 2ª vinda do nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, embora não saibamos o dia em que o Senhor virá, sabemos que hoje é dia de salvação, dia de reconhecer o senhorio de Cristo e prostrar-se aos pés do Senhor.

Vem pra Jesus!

“A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”. (Rm 10:9)

segunda-feira, 25 de março de 2013

Pequeno debate Teológico iniciado pelo Rev. Ari via facebook no Grupo Luteranos Livres do Brasil - ILL. Acompanhe:

Tema inicialmente proposto: Se a suposição feita por Koelher no "Sumário da Doutrina Cristã" tem ou não amparo bíblico: “Com respeito a crianças não batizadas temos razão para supor que, assim como no Antigo Testamento as meninas eram recebidas no concerto sem a circuncisão, assim Deus tem um modo de salvar infantes de pais cristãos caso falecerem antes que seja possível batizá-los. Não ousamos supor isto com respeito aos filhos de incrédulos. Aqui estamos no domínio dos juízos inescrutáveis de Deus”. (Sumário da Doutrina Cristã – Koehler – Pág. 199 – 3º parágrafo - 2ª Edição – Editora Concórdia)
 
O debate evoluiu para: "Qual o destino eterno das crianças recém nascidas que morrem antes de serem batizadas? e "Qual a situação dos povos não alcançados?"
 
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* Os diálogos abaixo foram copiados do facebook na integra com a permissão dos participantes do debate. Não sofreram qualquer edição ou correção gramatical/ortográfica.

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Manhã de quinta-feira, 21 de março de 2013 - 11:33min.

Embora eu goste bastante do Sumário da Doutrina Cristã de Koehler, ainda assim NÃO CONCORDO com a afirmação abaixo. Já li diversas vezes, procurei evidência bíblica que sustentasse tal afirmação, mas nada encontrei.

Gostaria de saber qual sua opinião sobre o assunto:

“Com respeito a crianças não batizadas temos razão para supor que, assim como no Antigo Testamento as meninas eram recebidas no concerto sem a circuncisão, assim Deus tem um modo de salvar infantes de pais cristãos caso falecerem antes que seja possível batizá-los. Não ousamos supor isto com respeito aos filhos de incrédulos. Aqui estamos no domínio dos juízos inescrutáveis de Deus”.
(Sumário da Doutrina Cristã – Koehler – Pág. 199 – 3º parágrafo - 2ª Edição – Editora Concórdia)



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Quinta-feira, 21 de março de 2013 - 13:00





 Olá Rev. Ari Fialho Júnior, você poderia me esclarecer um ponto. Você não concorda que os filhos de pais cristãos podem ser salvos sem o batismo? Você poderia me esclarecer sua posição com referência ao estado eterno dos filhos de cristãos que morrem sem o batismo. Um abraço!!!
 
 
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Quinta-feira, 21 de março de 2013 - 13:19
 
Pastor Rev. Ari, não entendi o porque de sua discordência com esse texto de Koehler. O senhor acredita que só as pessoas batizadas serão salvas?
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Quinta-feira, 21 de março de 2013 - 17:29

Olá Mona Liza fuhrmann e Alan Willian Costa, Paz e Graça em Cristo Jesus!

A afirmação de Koehler não tem amparo bíblico, antes, ampara-se no desejo que temos de proteger nossos filhos. O instinto paterno/materno nos faz ver nossas crianças recém nascidas como isentos de qualquer culpa ou mesmo de imputação de culpa, ainda que tal culpa nos venha por herança dos primeiros pais (Rm 5.19). A ideia de criancinhas sendo condenadas a perdição eterna provoca pânico até mesmo em quem não crê. Entretanto sabemos que assim como os filhos não herdam os pecados dos pais, também não herdam a salvação. Contrário ao ditado popular, filho de crente não nasce salvo.

O pecado original não é mera mancha no caráter, mas condição natural herdada por cada ser humano (Jr 2.22), condição esta “tão profunda, que nada de são ou incorrupto ficou no corpo e na alma do homem” (FC). De maneira que qualquer ser humano tragicamente nasce privado da justiça original (Rm 3.23 / Sl 143.2), e evidentemente sujeito a condenação eterna (Ef 2.3 / Jo 3.5).

Numa tentativa desesperada de atender aos anseios humanos Koehler apela à soberania de Deus e sugere que “Deus tem um modo de salvar infantes de pais cristãos caso falecerem antes que seja possível batizá-los”. Ora, que Deus é soberano disto não temos dúvidas, e se há alguém que duvide da soberania de Deus, que leia o capítulo 9 da epístola de Paulo aos Romanos. Entretanto a afirmação de Koehler não se sustenta porque exclui crianças de pais não cristãos. Pois bem, em se tratando da soberania de Deus, no que diz respeito à Graça salvadora, não haveria Deus de estendê-la a qualquer criancinha independente da mesma ser ou não filha de cristãos? Porque mesmo que Deus use de sua soberania para salvar alguém, o fará conforme a Graça, e não conforme as obras de alguém, isto é, a salvação do infante em hipótese alguma poderá ocorrer pelo fato dos pais serem ou não cristãos, já que sabemos que a salvação não depende do homem, mas de Deus, o que me leva a concluir que Deus não faria distinção entre filhos de cristãos e de não cristãos, pois do contrário a causa da salvação não seria a Graça de Deus, mas o fato dos pais serem cristãos, o que definitivamente terminaria com o “Sola Gratia, Sola fide, Sola Scriptura”. Enfim, não posso aceitar ou mesmo em alguma medida concordar com a afirmação de Koehler. Aliás, especular sobre algo que a palavra de Deus não revela consiste em completa arrogância e por vezes da inicio a divisões e surgimento de novas seitas. (Gl 1.8 )

Por outro lado posso e defendo completamente o ensino de que Deus é soberano. Certamente Ele pode, segundo sua própria vontade salvar quem Ele quiser, da maneira que Ele bem entender, mas creio que, no que tange a salvação, se este fosse o propósito de Deus Ele teria nos revelado em sua Santa Palavra.
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 Quinta-feira, 21 de março de 2013 - 17:41
 
Que Deus faz distinção entre os filhos de crentes e dos incrédulos é um fato que pode ser observado pelo próprio batismo, o qual os filhos dos cristãos têm direito, mas não os filhos dos incrédulos, enquanto os pais não se converterem.
O próprio Apóstolo São Paulo nos mostra que o status dos filhos de pais cristãos, mesmo que apenas um dos pais, é diferente diante de Deus (imundos x santos):
“Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.” 1 Coríntios 7:14
Sabemos que a salvação não é hereditária, mas quando Deus estabeleceu sua aliança com Abraão, estabeleceu não apenas com ele, mas com sua descendência:
“E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti.” Gênesis 17:7
As promessas de benção e as ameaças de maldição no antigo testamento são sempre expressas em termos de gerações:
“... porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até à terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos.” Deuteronômio 5:9a-10
Nos tempos do antigo testamento, quando os israelitas recebiam do próprio Deus a ordem de exterminar algum povo pagão, recebia instruções claras de exterminar inclusive as crianças, mostrando que a inimizade de Deus era contra todos os membros daquela nação, não apenas os adultos.
Eu creio que todas as crianças que morrem antes de terem consciência de pecado e da justiça de Deus (o que todos os seres humanos adultos tem, independente de conhecer o evangelho, tornando sua condenação justa) serão salvas, não por inocência própria, mas por uma provisão feita pelo próprio Cristo em seu sacrifício:
“Mas Jesus, chamando-os para si, disse: Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus.” Lucas 18:16
Todas as crianças, não apenas as filhas de cristãos, mas é uma opinião pessoal. Agora que Deus faz diferença entre filhos de crentes e incrédulos com relação aos privilégios da Aliança eu também não tenho dúvida.
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Quinta-feira, 21 de março de 2013 - 18:41
Certamente [Alan] Deus faz distinção em justo e injusto, puro e impuro, crente e incrédulo, chega até mesmo nos advertir para não andarmos em jugo desigual, mas nenhum dos textos citados pode servir de base para sustentar a crença em um "...modo [que Deus tem] de salvar infantes de pais cristãos caso falecerem antes que seja possível batizá-los. O texto sobre Jesus (Lc 18.16), também não serve porque Jesus está se referindo a todas as criancinhas e não apenas aos filhos de crentes. Tal texto com certeza também nos serve de base para crer que o batismo infantil é fundamental, mas não para criar uma doutrina sobre salvação de crianças não batizadas. Outra questão importante é o fato de que a condenação do pecador não se torna justa por ele ter consciência do pecado, mas sim porque ele já nasce como destituido da glória e da graça de Deus. A causa da condenação não é a consciência do pecado, mas o pecado original que herdamos dos primeiros pais. Se após a queda de Adão Jesus nunca tivesse nascido e ninguém tivesse ouvido o evangelho, e tão pouco tivesse consciência da sua condição de pecador, ainda assim Deus seria justo em nos condenar, pois seriamos tão pecadores quanto sempre fomos desde o pecado praticado por adão e eva.
 
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Quinta-feira, 21 de março de 2013 - 18:46
 Quanto às alianças de Deus, entre estas a que fez com Abraão, vale lembrar que não somos descendentes de Abraão. Nossa aliança com Deus está fundamentada no sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário. Neste sentido até podemos dizer que pela fé somos descendentes do "Pai da Fé", mas descendência espiritual, apenas isto.
 
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Quinta-feira, 21 de março de 2013 - 19:47
Rev. Ari Fialho Júnior: Este tópico em destaque por vc precisa ser entendido dentro do âmbito da graça. Somado a tudo que já foi dito, destaco a frase "RAZÃO PARA SUPOR..." Veja: Supor. Não é afirmação doutrinaria. É uma suposição fundamentada na graça de Deus. Que serve mais para consolo de alguem que perdeu uma criança sem poder tê-la batizado. O juizo humano é apto a julgar que houve condenação, porque o juizo humano é justamente humano. Mas aqui somos chamados a entender que onde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus. Consolamo-nos na certeza de que a criança estava numa relação de aliança com o Senhor. Como me disse um grande mestre da igreja, Arnaldo Schüller (tradutor do Livro de Concórdia) num intervalo de uma de suas aulas maravilhosas, ao lhe perguntar sobre este e outros detalhes: "às vezes precisamos optar entre pecar pelo amor ou pecar pela lei". Nada justifica um erro, mas um juizo embazado no amor tende a ser mais edificante e restaurador do que um juizo seco, pautado pela lei. Se foi ou nao salvo, só os juizos inescrutaveis de DEus, como o texto mesmo disse.
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Quinta-feira, 21 de março de 2013 - 22:20
Não vou entrar nesse debate, porque meu entendimento pessoal sobre o Batismo é um pouco diferente do "oficial luterano", mas só para justificar minha indagação acima, ao pastor Ari, acredito que tanto filhos de pais cristãos ou de pais incrédulos, que tenham morrido antes de serem batizados, como pessoas que não tenham tido contato com o Evangelho durante toda sua vida (como os índios que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses) são salvos. (O conceito de um Ser Onipotente e Onisciente que fisesse nascer uma alma imortal só para mandá-la para a perdição eterna não condiz com minha percepção a respeito de Deus - ao menos aqui, nesta vida, com minha inteligência atual. Pode ser que, na eternidade, com uma inteligência "estendida" eu até viesse a entender essa situação de uma outra forma...)
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 Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 09:25
[Rev. Ari] sobre o seu comentário: "Se após a queda de Adão Jesus nunca tivesse nascido e ninguém tivesse ouvido o evangelho, e tão pouco tivesse consciência da sua condição de pecador, ainda assim Deus seria justo em nos condenar, pois seriamos tão pecadores quanto sempre fomos desde o pecado praticado por adão e eva". Realmente Deus poderia condenar a todos, sem prejuízo a sua justiça, independente da consciência de pecado, mas segundo o apóstolo São Paulo afirma na epístola ao romanos que Deus não deixou nenhum ser humano sem esta consciência de que existe um Deus e que teremos que prestar contas a ele: "Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram." Romanos 1:20-21. Quanto as crianças, acredito que elas não possuem esta consciência racional da existência de Deus, mas possuem uma espécie de fé (que é um dom de Deus) e que portanto Deus aplica o sacrifício de Cristo as crianças que morrem antes de adquirir esta consciência (sejam elas cristãs ou não). Minha afirmação foi de que os filhos de cristãos recebem privilégios exclusivos decorrentes da aliança de Deus com seus pais, como direito ao batismo, o contato com o evangelho e com a igreja desde a mais tenra idade, etc.
 
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Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 09:40
Mona Liza Fuhrmann sobre sua afirmação " como pessoas que não tenham tido contato com o Evangelho durante toda sua vida (como os índios que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses) são salvos." parece não haver consenso entre os luteranos sobre este tópico. O luteranismo ortodoxo discorda de sua afirmação, como pode ser observado neste texto extraído do site Hora Luterana: "A pessoa que nunca ouviu o Evangelho vai para o inferno. Isso, naturalmente, é muito duro para os nossos ouvidos, demasiadamente drástico e cruel, e soa como incompatível com o Deus de amor que pregamos. No entanto, há que se considerar o seguinte: Se houvesse salvação sem Evangelho, não haveria necessidade de pregar o Evangelho, não seriam necessárias as igrejas e seriam completamente inúteis os esforços despendidos com o evangelismo mundial em obediência à ordem de Cristo ( Marcos 16.15 ). Se houvesse salvação sem Evangelho, por que Jesus mandou pregar o Evangelho a todo o mundo, relacionando com ele a fé que salva, e a falta de fé que condena?
Se os homens pudessem ser salvos sem Evangelho, também não precisariam de Cristo e, nesse caso, a vida e o sacrifício de Cristo teriam sido desnecessários. Se houvesse salvação sem Evangelho e sem crer, seria melhor deixar todas as pessoas na mais absoluta ignorância, pois assim todas seriam salvas, o que não acontece havendo pregação, a qual muitos rejeitam, permanecendo incrédulos. O fato de não haver salvação sem fé em Cristo deve servir de advertência e sinal de urgência com que a Igreja Cristã e cada cristão, individualmente, devem se lançar na tarefa de anunciar o Evangelho a todas as nações.". Já o luteranismo mais liberal, parece defender sua posição, conforme pode ser visto neste trecho do Livro de Batismo da IECLB: "A graça de Deus pode dispor e dispõe de outros recursos, e não está condicionada ao batismo administrado pela Igreja. Por isso, não precisamos preocupar-nos com a salvação de pessoas e povos que não chegaram a conhecer o Evangelho...A graça de Deus é maior do que os meios que ele coloca á disposição da igreja para partilhá-la"
 
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Sábado, 23 de março de 2013 - 10:31
A Paz do Senhor, Rev. Lauro Schneider.

Em se tratando de família enlutada o nosso desejo sempre será o de oferecer consolo, e neste momento não há maior consolo do que lembrar que Deus é soberano e que pode todas as coisas. Mas mesmo o consolo por mais necessário que seja jamais deverá ultrapassar o limite proposto pela palavra de Deus.

De fato Koehler não afirma tratar-se de nova doutrina, mas de mera suposição. Porém a expressão “RAZÃO PARA SUPOR...” abre um leque de possibilidades quase que infinitas. Por isto pergunto: Quais seriam estas razões para supor? Em qual parte dos textos bíblicos encontramos fundamentação para tais razões? Na Doutrina da Graça Salvadora de Cristo é que tal não é possível, pois sabemos que a “...a graça de Deus é a causa motriz, e a redenção por Cristo é a causa meritória de nossa salvação” (Koehler). Logo, a Graça Salvadora só existe porque Jesus existe. Longe de Cristo não há Graça Salvadora, que, aliás, é de graça para quem quiser. E sabemos que conquanto a Graça Salvadora seja grátis para nós, todavia não o foi para Jesus que pagou-a com seu sangue vertido na Cruz do Calvário. Sabemos também que Deus não atua sem meios, a saber, Palavra e Sacramentos. Portanto, biblicamente falando, novamente pergunto: Qual parte da Graça Salvadora fundamenta a suposição de que Deus salva o infante que faleceu antes de ter sido batizado?

Evidentemente sei que não foi você Rev. Lauro Schneider que criou esta suposição baseada no “temos RAZÃO PARA SUPOR...”, mas a verdade é que são posicionamentos teológicos como estes, que escondidos sob o manto da Graça, ou da Soberania de Deus, geram doutrina empobrecidas que nada mais fazem senão minarem a sã doutrina cristã.

Você cita Arnaldo Schüller:

"às vezes precisamos optar entre pecar pelo amor ou pecar pela lei".
E a seguir conclui com suas próprias palavras dizendo:

“Nada justifica um erro, mas um juízo embasado no amor tende a ser mais edificante e restaurador do que um juízo seco, pautado pela lei. Se foi ou não salvo, só os juízos inescrutáveis de Deus, como o texto mesmo disse”.
Veja bem Rev. Lauro, o AMOR não pode ser razão, ou desculpa para pecar. O pecado não é uma opção. Evidentemente pecamos diariamente voluntária ou involuntariamente, mas coisa diferente é pecar propositadamente em nome do amor. E mais ainda, buscar o amparo divino para justificar nosso “pecado em nome do amor” é no mínimo um contra senso. Esta, aliás, é a bandeira que levantam todos os entusiastas e modernistas que acham que a palavra de Deus precisa ser adaptada aos tempos modernos. O fato é que mesmo o amor deve estar SOB a palavra de Deus, não acima, nem ao lado, mas sob. Acima da palavra de Deus somente o próprio Criador. Quando invertemos esta ordem estabelecemos o caos doutrinário.

A verdade é que desde muito antes da Reforma temos teólogos que lançam novas suposições por encontrarem nas Escrituras a famosa “Razão para supor...” e em pouquíssimo tempo surge alguém que afirma tal suposição ser na realidade um fato biblicamente comprovado e dai para afirmação e estabelecimento de uma nova “doutrina” bíblica é um passo. Em nome do amor decreta-se então a falência da sã doutrina cristã.
 
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Sábado, 23 de março de 2013 - 11:28
Querida irmã Mona Liza Fuhrmann, que a doce Paz de Cristo esteja com você!

A explicação de Alan Willian Costa está corretíssima quanto à questão da salvação dos povos não alcançados. Como pastor peço encarecidamente que revise o quanto antes seus conceitos bíblicos sobre Pecado Original, Salvação pela Graça e eterna Presciência de Deus.

No que diz respeito ao batismo, não se trata de apenas posicionamento oficial do luteranismo, mas sim do que a Palavra de Deus nos ensina a respeito.

De fato sou pastor luterano, mas muito mais importante que isto é o fato de que sou cristão, salvo em Cristo Jesus para honra e glória do Santo nome do Senhor. Sendo assim, no exato instante em que a teologia luterana se distanciar da palavra de Deus, será também o instante em que estarei pronto a abandonar imediatamente luteranismo.
Digo isto para que saibas que o que realmente importa para mim é qual o verdadeiro ensino bíblico sobre cada assunto em questão. Mas vamos em frente. Veja sua afirmação:

“O conceito de um Ser Onipotente e Onisciente que fizesse nascer uma alma imortal só para mandá-la para a perdição eterna não condiz com minha percepção a respeito de Deus - ao menos aqui, nesta vida, com minha inteligência atual. Pode ser que, na eternidade, com uma inteligência "estendida" eu até viesse a entender essa situação de uma outra forma...”
De fato Deus não é e nem pode ser a causa da perdição eterna, mas reflita comigo filha, biblicamente falando o seu conceito de Deus está mesmo correto? Qual deveria ser a “baliza” do entendimento bíblico, seria a inteligência humana, ou a revelação divina expressa na Santa Palavra de Deus? Veja o que diz em Romanos 9:13-24:

“Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios"?
Que Deus a abençoe abundantemente.
 
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Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 11:50
Obrigada, Alan e pastor Ari pelas amorosas admoestações, mas minha crença pessoal sobre o batismo é muito tranquila e em perfeita sintonia com a Bíblia (e com muitos pastores luteranos, como Alan lembrou acima). Quando Jesus falava com Nicodemos, ele realmente deu um destaque especial ao batismo, como aparente condição sine qua non para a salvação (Jo 3:5) - mas a "água" mencionada no texto também pode ser interpretada de forma simbólica e não literal. E em Marcos 16:16, Jesus diz que "quem não crer será condenado", não "quem não for batizado, será condenado". Mesmo porque a Bíblia nos cita o exemplo do ladrão crucificado com Jesus, salvo, que, muito provavelmente não havia sido batizado. De qualquer forma, como já escrevi acima, não gosto de discutir esse tema em público, porque sei que eu tenho uma convicção diferente da "oficial luterana" (como em outros assuntos também) e não quero servir de "pedra de tropeço a ninguém". A Bíblia diz que "a fé que tem, tem-na para ti mesmo perante Deus" (Rm 14:22) e minha fé é muito serena nesse e nos outros pontos em que não "fecho" com os teólogos mais conhecidos...
 
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Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 12:01
Olá Alan Willian Costa, Paz e Bem!

Embora eu concorde com boa parte de sua explicação, todavia não posso concordar com sua opinião abaixo:

“Quanto as crianças, acredito que elas não possuem esta consciência racional da existência de Deus, mas possuem uma espécie de fé (que é um dom de Deus) e que portanto Deus aplica o sacrifício de Cristo as crianças que morrem antes de adquirir esta consciência (sejam elas cristãs ou não)”.
Na realidade a proposição de uma “Fé pré-existente” nos infantes recém nascidos entra em choque direto com o ensino bíblico sobre o pecado original e a completa corrupção do homem, o ensino de que o homem natural não discerne as coisas de Deus, e que o homem natural está morto em seus delitos e pecados, bem como com o famoso “necessário vos é nascer de novo”.

Este pensamento reflete justamente o erro pelagiano.
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Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 12:06
O dilema de um Deus de infinito amor e a perdição de pecadores ,persistirá na mente dos maiores gênios da teologia. O próprio apóstolo Paulo passou por esse dilema até que se rendesse aos profundos juízos de Deus (Rom. 11.33-36). Por isso, esse tema é chamado de "a cruz do teólogo".
 
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 Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 12:09
 

 
 

Mona Liza Fuhrmann, vale lembrar que o assunto em questão não é se o Batismo é fundamental para a salvação, mas se é possível o infante recém nascido e falecido ser salvo, e se sim, por qual meio isto seria feito. Certamente o ladrão na cruz foi salvo, mas não sem meios, pois sabemos que ele próprio confessou o senhorio de Cristo. Aqui está o tripé em que a Igreja se sustenta ou cai. Sola Fide, Sola Gratia, Sola Scriptura. O que passar disto não vem de Deus.
 
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Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 12:17 
Nossa sorte (da humanidade pecadora) é que Deus não segue nenhuma corrente teológica e não precisa escutar nenhum teólogo para tomar suas decisões...! As discussões são interessantes e produtivas até para reafirmarmos ou alterarmos nossos pontos de vista, mas em última análise, a salvação eterna depende unica e exclusivamente da graciosa sabedoria divina - e eu entendo que foi isso que Paulo concluiu no texto mencionado acima por Fernando.
 
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Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 12:20
Deus estabeleceu os meios da graça, mas ele próprio não está subordinado a esses meios. Ele como Deus soberano realiza os seus propósito, conforme a sua livre vontade.
 
 
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 Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 12:33
Lutero salienta que a fé é um elemento indispensável para a correta compreensão e prática do sacramento. Em suas primeiras manifestações sobre o assunto, o Reformador já destaca que não é o sacramento exterior, mas sim a fé interior que salva. Em outros
escritos deste período, Lutero designa a fé como “a terceira parte do sacramento”, que deve estar associada ao sinal e ao significado. Para ele, ela é necessária, visto que é a fé “a razão de todo consolo. Quem não a tem, há de desesperar em pecados”. Esta fé contudo não é
algo simplesmente subjetivo, e sem conteúdo algum, mas sim, ela se baseia na palavra de promessa de perdão dos pecados dada por Deus mesmo. Esta vinculação entre fé e promessa é quem norteia o bom entendimento e a prática adequada do sacramento. É por isso que Lutero vai afirmar que “onde está a palavra de Deus que promete, ali é necessária a fé do ser humano que aceita, para que se evidencie que a fé é o princípio de nossa salvação, que depende da palavra de Deus promitente, o qual, sem esforço algum de nossa parte, por sua gratuita e imerecida misericórdia, se antecipa a nós e oferece a palavra de sua
promessa” Esta correlação entre promessa e fé vai atravessar os demais escritos de Lutero que abordam o tema sacramento, fazendo dela um diferencial em relação a compreensão romana de sacramento baseada no “opus operatum”. O termo latino “opus operatum” refere-se ao fato de que o sacramento, quando administrado, concede graça aquele que o recebe de maneira objetiva independente da fé de
seu receptor. Desde Agostinho no IV século a igreja cristã se debate com a pergunta sobre a eficácia do sacramento. Conforme a visão agostiniana, o sacramento é um sinal visível da graça invisível, que não apenas promete, mas também concede salvação torna-se a base
teórica para a igreja medieval desenvolver a sua concepção de que o sacramento realiza a justificação e a santificação na vida dos cristãos. Historicamente falando, as reflexões feitas no contexto da tradição luterana acerca do conceito de sacramento não foram conclusivas. Lutero defendia o batismo infantil fazendo comparações com a circuncisão no Antigo Testamento, que também atingia criança. Dizia que a não era a água que salvava, mas a palavra que estava na água.[GEORGE, Thimothy. Teologia dos Reformadores. p. 95]. Lutero dizia que um sacramento só tem valor se for acompanhado de fé. Como poderia uma criança ter fé, perguntavam os reformadores radicais. Lutero dizia que a fé era dom de Deus, por isso uma criança também tinha fé na ocasião do batismo.[OLSON, Roger. História da Teologia Cristã. p. 403] Até mesmo Hagglund, um erudito luterano, deixa transparecer uma certa incoerência do pensamento de Lutero sobre o batismo infantil: “Ora aceitou a resposta tradicional, que a fé dos pais e padrinhos toma o lugar da fé da criança, mas em outras ocasiões expressou a opinião que também temos de pressupor a existência da fé na criança para efeito da palavra divina”[HAGGLUND, Bengt. História da Teologia. p. 204]. Outro que aponta a incoerência da posição do Lutero sobre o batismo é o francês Lienhard, importante biógrafo de Lutero, que diz que a cada momento Lutero justifica o batismo infantil de uma forma, ora ele apela para a fé futura da criação, ora para ação misteriosa do Espírito, ora para a fé adormecida na criança e por fim para a fé dos pais e padrinhos. Lienhard então lança a questão: não tinha ensinado Lutero que nada substitui a fé pessoal, e agora ele apela para substitutivos da fé para justificar o batismo infantil? Em outro momento Lutero tenta explicar esta contradição dizendo que na verdade o que vale é a promessa que se junta a fé que havia na criança, e as explicações continuam sem resolver a contradição.[LIENHARD, Marc. op. cit. p. 88]. (Todo este material não é de minha autoria mais foi reunido na base do CTRL+C). Por fim parece que Lutero desistiu de explicar como ocorre a salvação das crianças no batismo. E agora eu pergunto ao
Rev. Ari Fialho Júnior, o batismo infantil é eficaz ex opere operato, é eficaz na fé dos pais e padrinhos, na fé da igreja, é uma promessa de salvação que deverá ser confirmada no futuro (calvinismo), enfim! Qual a posição luterana oficial? A minha opção (se é que eu tenho esse direito) foi pela idéia da gratia preveniens, a qual gera a "fé escondida" nas crianças.
 
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Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 15:14
Estava relendo meu próprio comentário e percebi que a parte final de minhas palavras soaram com um tom meio desafiador. Peço desculpas ao pastor Rev. Ari Fialho Júnior pois não tive esta intenção. Minhas perguntas sobre a eficácia do batismo infantil são uma dúvida real, pois o posicionamento de Lutero parece-me confuso e o da igreja luterana aparenta defender uma eficácia ex opere operato, pelo menos no caso das crianças. Não encontrei evidências bíblicas (sola escriptura) para nenhuma das interpretações alistadas por mim no meu comentário anterior. Quanto a minha afirmação sobre ter direito de opinar por uma interpretação, sei que eu não tenho direito de interpretar as escrituras ao meu bel prazer, mas tenho de submeter meu julgamento as escrituras, mas neste caso, como não encontrei um "terreno firme" onde me apoiar, optei por um entendimento que foi expresso por Lutero de que as crianças possuem uma "fé escondida" do mesmo tipo que todos os cristãos possuem enquanto dormem, pois enquanto dormem estão inconscientes, porém não sem fé.
 
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Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 17:15 (18:41 - Editado)
Alan Willian Costa, obrigado por sua pergunta e pelo CTRL+C. Fato incontestável é que a título de estudo a tecnologia tem sempre sido de grande valia.

Tranquilize o seu coração irmão Alan, vejo a Teologia como um constante desafio na vida do Teólogo, e no que tange a sua pergunta não me senti negativamente/pejorativamente desafiado, antes o contrário, fiquei contente porque sua pergunta me oferece a possibilidade e a oportunidade de falar um pouco mais sobre este Deus maravilhoso que nos ama infinitamente mais do que imaginamos.

Quanto aos demais participantes fico contente de ver tantas opiniões neste pequeno debate. Meu objetivo principal é justamente o compartilhamento de ideias visando o crescimento mútuo. Até porque creio sinceramente que manter a porta do diálogo aberta é justamente o que nos diferencia de seitas fundamentalistas autoproclamadas donas da verdade.

Voltando a pergunta realizada pelo irmão Alan Willian Costa, não só na qualidade de Teólogo Luterano, mas também como pastor e principalmente como cristão, meu posicionamento a respeito do Batismo infantil é o mesmo descrito por Koehler no Sumário da Doutrina Cristã (excetuando é claro o “Temos Razão para supor...”), ou seja:

7. “O batismo é meio da graça – (...) O perdão dos pecados obtido por Cristo é oferecido e concedido através do batismo, pois somos batizados “para remissão dos pecados” (At 2.38). No batismo os pecados são lavados (At 22.16). No batismo nos revestimos de Cristo e somos revestidos por seus méritos (Gl 3.27), somos santificados e purificados (Ef 5.26). O batismo nos oferece e dá a graça de Deus. (...)
Assim o batismo não só oferece a graça, mas também opera a fé pela qual a oferta é aceita. (...)
8. O poder do batismo para oferecer graça e operar fé não está na água. É a palavra de Deus unida a água e o Espírito Santo, que opera através dessa palavra (...) (Sumário da doutrina Cristã – Koehler – Páginas 199 e 200 – 4º e 6º parágrafos. 2ª ed. Ed. Concórdia)

Enfim eis ai minha fé e confissão no tocante ao Santo Batismo. Afirmo ainda que o termo "ex opere operato" está adequadamente empregado quando nos remete a ação sacramental da obra de Cristo, posto que o referido Sacramento é eficaz em virtude da obra realizada por Cristo na Cruz “ex opere quos operatus est Christus”.
Sendo assim, creio que o infante antes do batismo está tragicamente separado de Deus por conta do pecado original e recebe no ato do batismo não somente a graça salvadora, mas primeiramente a fé que o possibilita apreender esta graça.
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 Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 18:11
Rev. Ari Fialho Júnior: Como o caso aqui poderia se relacionar com a circunsisao no AT, no sentido de que as mulheres eram salvas sem o rito? Ou nao poderia? Estvam no ambito da aliança. Ou mulheres eram mais especiais? ou menos importantes? Se as mulheres poderiam, e eram ((ou não?) SALVAS, nao temos um paralelo para as crianças impedidas de batizar por força maior?
 
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Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 18:42
Olá Rev. Lauro Schneider, o tempo curto hoje me impede de responder adequadamente, mas amanhã estaremos de volta. Abração.
 
 
 
 
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Sábado, 23 de março de 2013 - 06:30
Também estou sem condições de participar do debate. Por isso minha omissão. Apenas quero corrigir, ou explicar uma frase. Você colocou com referencia ao Schuller toda a minha frase: "às vezes precisamos optar entre pecar pelo amor ou pecar pela lei. Nada justifica um erro, mas um juízo embasado no amor tende a ser mais edificante e restaurador do que um juízo seco, pautado pela lei. Se foi ou não salvo, só os juízos inescrutáveis de Deus, como o texto mesmo disse”. A frase dele é apenas essa: "às vezes precisamos optar entre pecar pelo amor ou pecar pela lei". O restante sao minhas palavras à partir da frase. E, sim, amor não nos permite pecar. Nao é essa a ideia. A questao é quando vc não tem definição clara e entram as probabilidades, optar por uma postura de amor é mais aconselhavel do que uma legalista. Mas irmao: todos sabemos que amor nao exclui verdade. a verdade deve ser colocado. Mas o espirito é o amor. Quanto À questão, ou vc aceita que Deus possa usar de graça no contexto da aliança, ou simplesmente diz aos pais e à todos que tais crianças estao no inferno. Simples assim. Nao há nem o que discutir, se vc tem plana convicção na Palavra de sua postura.
 
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Sábado, 23 de março de 2013 - 12:05
Olá Rev. Lauro Schneider, Graça e Paz em Cristo Jesus!

Obrigado por apontar o erro. Como forma de correção fiz a seguinte edição no texto:

Você cita Arnaldo Schüller:

"às vezes precisamos optar entre pecar pelo amor ou pecar pela lei".

E a seguir conclui com suas próprias palavras dizendo:

“Nada justifica um erro, mas um juízo embasado no amor tende a ser mais edificante e restaurador do que um juízo seco, pautado pela lei. Se foi ou não salvo, só os juízos inescrutáveis de Deus, como o texto mesmo disse”.

Dando continuidade ao assunto e citando novamente suas palavras na sua postagem anterior:

“E, sim, amor não nos permite pecar. Não é essa a ideia. A questão é quando vc não tem definição clara e entram as probabilidades, optar por uma postura de amor é mais aconselhável do que uma legalista. Mas irmão: todos sabemos que amor não exclui verdade. a verdade deve ser colocado. Mas o espirito é o amor. Quanto À questão, ou vc aceita que Deus possa usar de graça no contexto da aliança, ou simplesmente diz aos pais e à todos que tais crianças estão no inferno. Simples assim. Não há nem o que discutir, se vc tem plana convicção na Palavra de sua postura”.

Concordo com o seu posicionamento acima no que diz respeito às opções disponíveis para o caso em questão: Ou optamos pelo “Temos razão para supor”, ou discorremos sobre Perdição eterna.
Também sou partidário da ideia de que em casos onde não temos clareza bíblica sobre determinada questão, devemos optar pelo amor ao invés do legalismo. Evidentemente não adoto tal postura como regra, e aconselho o uso desta prática exclusivamente onde esgotadas todas as possibilidades de pesquisa e esclarecimento bíblico, ainda permaneçamos sem clareza bíblica suficiente para adotar uma postura definitiva sobre o problema proposto. Certamente aqui estaremos no “domínio dos juízos inescrutáveis de Deus”(Koehler). Entretanto tal prática deve ser a “exceção” e não a “regra”. Do contrário cairemos no erro dos teólogos modernistas que consideram o amor acima de tudo e de todos, e assim, em nome do amor justificam suas pseudo doutrinas cristãs.

Quanto sua outra postagem: “Como o caso aqui poderia se relacionar com a circunsisao no AT, no sentido de que as mulheres eram salvas sem o rito? Ou nao poderia? Estvam no ambito da aliança. Ou mulheres eram mais especiais? ou menos importantes? Se as mulheres poderiam, e eram ((ou não?) SALVAS, nao temos um paralelo para as crianças impedidas de batizar por força maior? (Rev. Lauro Schneider)

Tenho plena e total convicção de que as mulheres eram, e sempre serão tão importantes para Deus quanto os homens. O fato das mulheres estarem isentas da circuncisão por ocasião da aliança não denota inferioridade em relação ao homem, mas a confirmação de que a mulher não somente foi criada a partir do homem, como de fato é parte deste. Além disto, sabemos que a aliança de Deus com Abraão se estendia a toda sua descendência, ou seja, em Abraão Deus fez uma aliança não somente com um homem, mas com uma Nação.
Ora, não se pode imaginar, nem mesmo como mera suposição que Abraão viria a ter apenas descendentes do sexo masculino, com isto não há outra conclusão senão a de que as mulheres tomam parte na aliança por terem sido geradas um homem, descendente de Abraão e circuncidado, herdeiro natural da aliança entre Deus e Abraão.

Não podemos dizer que o mesmo se aplica a aliança entre Jesus Cristo e o povo gentio (nós). Deus não fez uma aliança semelhante à de Abraão conosco. Continuamos sendo “oliveira brava”, mas graças a Deus em Jesus somos enxertados na Oliveira Verdadeira.

Com isto não vejo onde possa haver um paralelo entre as mulheres descendentes de Abraão e as crianças não batizadas, mesmo que por força maior, que nos leve a supor que “Deus tem um modo de salvar infantes de pais cristãos caso falecerem antes que seja possível batizá-los” (koelher).

Mesmo porque, como já foi dito acima, no ato da aliança da circuncisão, não somente Abraão, mas também seus descendentes se tornaram distintos, e Deus removeu o “opróbrio” do pecado (Josué 5:9). Hoje, ele remove o pecado no que podemos chamar de “circuncisão espiritual” quando somos sepultados com Cristo no batismo (Colossenses 2:11-13). “Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne” (Filipenses 3:3). “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gálatas 6:15). Este é o único e verdadeiro paralelo que podemos biblicamente assegurar entre a aliança de Deus com Abraão e sua descendência, e nós, povo que não era povo de Deus, mas que por misericórdia, em Cristo nos tornamos povo de Deus.
 
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Sábado, 23 de março de 2013 - 13:32
O irmao disse: "O fato das mulheres estarem isentas da circuncisão por ocasião da aliança não denota inferioridade em relação ao homem, mas a confirmação de que a mulher não somente foi criada a partir do homem, como de fato é parte deste". Especialmente essa ultima parte:"mas a confirmação de que a mulher não somente foi criada a partir do homem, como de fato é parte deste": Qual o fundamento para a afirmativa de que a mulher era salva por ser "parte do homem"? Não seria esse um argumento mais dedutivo do que concreto e, em ultima análise, não incorre também em SUPOSIÇÃO? Veja, não nego a relação estabelecida na criação: homem, mulher... Sei que colocaste o elemento "Aliança" e "promessa" como distintivo para Israel e sua salvação, como povo. Mas, duas coisas: A salvação não é individual? a relação com Deus não é individual? atrelar a salvação da mulher ao estar ligada ao homem já não seria um afastamento dos meios estabelecidos por Deus, que no fundo eram tipologia de Cristo? Qusnto ao estar ligado ao homem, aplicando à criança, não seria ao vinculo materno/parteno tao ou mais forte que o vinculo marital? O materno/parte se dá por laços de sangue, o marital por opção e propósito de se unir espontanramente. Isso eu coloco, em forma de interrogação, pra clarear as ideias, porque se percebe que uma dedução leva à outra e, no fundo, no campo da dedução, nada por ser definido, a nao ser supor. Minha posição é clara pra mim. Mas me questiono porque o Köller, que é entendido no assunto, usou tal suposição? Penso naquele contexto em que não houve despreso do batismo... A dificuldade é adentrar a eternidade, ver o ocorrido e dizer aos pais: "ele(a) esta no inferno"! Entao, o melhor é orar: Senhor, seja feita sua vontade.
 
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Sábado, 23 de março de 2013 - 13:44
É claro, Rev. Ari Fialho Júnior, que nao vamos adentar a eternidade. Mas podemos contempla-la em Jesus e sua Palavra é um parametro para a igreja. Mas no caso especifico do Batismo e morte de infantes, Jesus ou os apóstolos não deixaram opiniões. Entao tudo o que segue sera sempre dedução. É claro que podemos inferir coisas à partir de um enunciado ou uma doutrina pertinente ao assunto. Mas nao seria perigoso postular por verdade, julgada e sentenciada, afirmativas fundadas em inferencias humanas? Nao seria esse o motivo do Köller abrir mao de uma dogmstização do assunto?
 
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Sábado, 23 de março de 2013 - 15:42
Bem observado Rev. Lauro Schneider, realmente a expressão "...mas a confirmação de que a mulher não somente foi criada a partir do homem, como de fato é parte deste.", são palavras minhas, e surgiram por inferência a partir de estudo dos textos bíblicos, mas também não passam de mera suposição. E, diga-se de passagem, no sentido amplo, está mais para uma “licença poética” com objetivo de valorizar a mulher, do que exatamente uma boa explicação teológica. No entanto se o irmão observar bem o que escrevi verá que a conjunção “mas” que está separando as duas sentenças, não somente indica relação entre elas, como também indica que a segunda parte é uma explicação da primeira, ou seja, o texto que vem após o “mas” serve apenas para de alguma maneira explicar a razão pela qual as mulheres estavam isentas de algum tipo circuncisão, e não para afirmar que as mulheres eram salvas por que são parte do homem.
De qualquer forma concordo com o irmão no sentido de que uma dedução leva a outra e no campo da suposição vale tudo. E sim, também me pergunto por qual razão teria Koehler usado tal suposição? Não seria melhor ter-se calado ao invés de criar um “espinho teológico”? Situações como estas me fazem lembrar as famosas teorias criadas por Darwin e outros estudiosos. São apenas teorias que, aliás, nada tem de errado enquanto teoria, afinal a teoria faz parte de qualquer processo que almeje o título de estudo científico, mas o problema é que atualmente tais teorias são ensinadas nas escolas como se fossem fatos cientificamente comprovados. E como se não bastasse a comunidade científica se contorcendo entre os destroços cada vez maiores de algumas de suas teorias contestadas entre eles próprios, surge-nos Koelher com o famoso “...temos razão para supor...”. Felizmente Koehler realmente não dogmatizou o assunto, mantendo-o sabiamente como suposição. Minha pergunta é: Não estariam nossos amigos teólogos e outros estudiosos, e mesmo o cristão não estudioso aceitando tal suposição como correta exposição de uma doutrina bíblica?
Que Deus em sua infinita sabedoria nos ampare e através de sua Santa Palavra nos dê a direção certa a seguir em situações como esta.
 
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 Sábado, 23 de março de 2013 - 17:22
Amém! rsrsrsrsrs